/>Nem lembro quando foi a última vez que isso aconteceu. Eu perdi a hora.
Todos os dias eu me levanto as 5:30, chamo a Maria e logo após o João, meu marido sai antes das cinco. Este é um ritual muito tranqüilo, que eu sigo sem o menor problema.
Mas hoje foi diferente.
Abro os olhos, olho o relógio, dou um salto, e constato que já são quase seis.
Levanto correndo, sem chinelos, porque nesta hora tudo acontece, e justo hoje ele não estava lá, chamo a Maria, que levanta imediatamente, ainda sem entender direito o que estava acontecendo, e logo depois chamo o João que me olha, parecendo não me enxergar e diz... Calma mãe... Vai dar tempo.
Desci as escadas correndo, coloquei as frutas no liquidificador, e mais um monte de coisas, deixei batendo, e fui abrindo a porta, lá vem a Maria com tênis na mão, mochila nas costas...
Tomou a vitamina, e antes que ela engolisse tudo, escutamos a buzina do escolar, lá foi ela, tênis na mão, e eu correndo atrás com a mochila... Ainda pude ouvir quando ela disse... Te amo muito mãe!
Uffa... Agora era a vez do João.
Tranqüilo como sempre, lá foi ele com uma maçã na mão, não se importando nem um pouco em perder a primeira aula, de matemática claro.
Vai com Deus meu filho!
Passado o sufoco, fui tomar o meu café, e enquanto saboreava um bom pedaço de queijo, fiquei pensando... Nós mães somos assim, queremos dar conta de tudo, e às vezes temos dificuldade de enxergar que nossos filhos cresceram.
Aqui em casa, tanto o João como a Maria tem celular, que desperta.
Preciso me demitir do cargo de despertador da família, e avisar para meus queridos filhos, que há tempos eu não vou mais para escola, trabalho em casa, e tenho o direito de GANHAR, umas horas a mais...
Tenham todos um bom dia!
Carla Pianchão
P.S.: Sei que um dia vou sentir falta de toda essa correria... Isso é vida!