quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Hoje é dia de flor...


De repente você fica sem ação, achou que já tinha visto de tudo, que nada mais nesta vida ia te abalar...
Tem vontade de dizer um monte, mas acaba deixando pra lá.
Fica engasgada, mas prefere se calar...
Esperava que fosse diferente
Mas não foi
Você acreditou
Confiou...

...quando eu perdi minha mãe, achei que não fosse suportar...
Já era casada, mãe de dois filhos, e na minha cabeça quando eu ouvia dizer que pessoas adultas haviam perdido suas mães, era como se aquilo fizesse parte... Mas quem já passou por isso, sabe que não é bem assim...
Havia dias em que a saudade era tanta, que eu andava de um lado pro outro...
Tomava um banho, molhava bem a cabeça... E ali eu ficava horas deixando que a água se misturasse nas lágrimas... E eu chorava tanto... Mas tanto...
Achei muitas vezes que eu não ia suportar...
Mas eu suportei
Sobrevivi
E essa não é uma estória triste,
É uma estória de superação
E já se passaram nove anos
Parece muito tempo?
Pois é...
Hoje... No dia da flor eu conto essa estória, pra dizer que depois daquele dia...
Nada pra mim será tão difícil de suportar
Nada vai doer mais do que aquele dia...
Nada vai me abalar nem me tirar o chão
Nada vai me fazer parar ou desistir
Muito pouca coisa vai me fazer chorar...
E se eu por um momento me indignar
Vou molhar a cabeça como naquele dia
Se você não entendeu nada
Então ta...
Apenas receba minha flor
Seja feliz hoje e amanhã também
E quanto à dor
Quanto aos tropeços
Os aborrecimentos
Seja o que for que esteja te incomodando
Ah meu amigo
Suporte
Seja forte

Bjs...♥
Carla Pianchão

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

apenas isso...



Cuida de mim
Sem que eu perceba
Cubra-me em noites frias
Arrume meus cabelos em dias de ventania
Segure a minha mão
Não deixe que eu vá sozinha
Diga-me alguma coisa que eu precise ouvir
Não me pergunte nada quando eu não quiser falar
Perceba que eu estou triste
Note a minha alegria
Fique do meu lado
Beba no meu copo
Abrace-me sem receio
Sinta meu calor
Deite-se em meu peito
E quando o meu coração disparar de tanto te amar
Não vá
Fique até que ele se acalme
Sem que eu precise pedir

Carla Pianchão

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

nem tão perfeita...

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Nem lembro quando foi a última vez que isso aconteceu. Eu perdi a hora.
Todos os dias eu me levanto as 5:30, chamo a Maria e logo após o João, meu marido sai antes das cinco. Este é um ritual muito tranqüilo, que eu sigo sem o menor problema.
Mas hoje foi diferente.
Abro os olhos, olho o relógio, dou um salto, e constato que já são quase seis.
Levanto correndo, sem chinelos, porque nesta hora tudo acontece, e justo hoje ele não estava lá, chamo a Maria, que levanta imediatamente, ainda sem entender direito o que estava acontecendo, e logo depois chamo o João que me olha, parecendo não me enxergar e diz... Calma mãe... Vai dar tempo.
Desci as escadas correndo, coloquei as frutas no liquidificador, e mais um monte de coisas, deixei batendo, e fui abrindo a porta, lá vem a Maria com tênis na mão, mochila nas costas...
Tomou a vitamina, e antes que ela engolisse tudo, escutamos a buzina do escolar, lá foi ela, tênis na mão, e eu correndo atrás com a mochila... Ainda pude ouvir quando ela disse... Te amo muito mãe!
Uffa... Agora era a vez do João.
Tranqüilo como sempre, lá foi ele com uma maçã na mão, não se importando nem um pouco em perder a primeira aula, de matemática claro.
Vai com Deus meu filho!
Passado o sufoco, fui tomar o meu café, e enquanto saboreava um bom pedaço de queijo, fiquei pensando... Nós mães somos assim, queremos dar conta de tudo, e às vezes temos dificuldade de enxergar que nossos filhos cresceram.
Aqui em casa, tanto o João como a Maria tem celular, que desperta.
Preciso me demitir do cargo de despertador da família, e avisar para meus queridos filhos, que há tempos eu não vou mais para escola, trabalho em casa, e tenho o direito de GANHAR, umas horas a mais...
Tenham todos um bom dia!

Carla Pianchão

P.S.: Sei que um dia vou sentir falta de toda essa correria... Isso é vida!

sábado, 3 de outubro de 2009

saudades de ter uma vó...


Vasinhos de barro na janela me lembram casa de vó.
Já repararam como toda casa de vó, tem sempre um chinelinho debaixo da cama, um robe de flanela, pendurado atrás da porta...
Um café com bolo pra quem chega
Apenas uma muda de roupa no varal
Uma almofadinha no sofá da sala
Uns óculos na escrivaninha
Um tapetinho na porta
E claro vasinhos na janela
Tem também um quintal, com paredes descascadas, que por menor que seja tem sempre uma plantinha...
Nem sempre tão cuidada, mas fica ali... porque faz parte
E se você chama ou bate na porta
Lá vem ela, arrastando o chinelinho e caminhando com dificuldade.
Às vezes confunde os netos, abraça um pensando que é outro...
Todas elas têm sempre um vestidinho de ir a missa, com golinha de crochê, e uma bolsinha que carrega na maioria das vezes, um terço e um lençinho com suas iniciais...
Acordei com saudades de ter uma vó...

P.S.: Essa é a janela do meu cantinho...

Carla Pianchão
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