quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

folheando...

Ontem, dando uma olhada nos cadernos das crianças, ajudando-os a se organizarem para o recomeço das aulas, porque depois de cinco dias de feriado, qualquer criança se perde, fui ajudar o João no dever de casa. Bom, ele tinha que escolher uma reportagem de uma dessas revistas semanais, e fazer um resumo. Achei que seria fácil. Começamos a folhear juntos a tal revista, logo de cara encontramos uma “famosa” crítica americana, professora de ciências humanas e mídia, (segundo informações da revista) que deixou de lado o seu encantamento pela Madona e colocou no posto de musa, nossa cantora baiana Daniela Mercury, troca que não entendi muito bem, porque afinal são estilos totalmente diferentes, aliás, não entendi nem porque essa notícia veio ressaltada nas tais “páginas amarelas”, mas como não sou crítica de nada, passamos a folha. Depois de uma infinidade de propagandas, encontrei minha querida Lya Luft, falando do meu ídolo, Obama, com certeza muita gente vai escolher este tema, vamos escolher outro, mais algumas propagandas, algumas notinhas de políticos presos, outros que se safaram, uma notinha de uma política que se separou (de novo), ministro japonês que renunciou depois de dar uma entrevista de porre e justificar dizendo que tomou um pouco mais de remédio do que foi prescrito. E muitas outras notinhas, ocupando um lugar, que mesmo não sendo de destaque, poderia ter sido mais bem aproveitado. E no meio de toda essa podridão encontrei uma notinha bem pequena, mas que merecia ser um pouco maior, não por ser nosso vice-presidente, mas pela garra, pela fé, e por sua luta incansável na tentativa de vencer uma doença tão destruidora. Pois é, folheamos mais um pouco, e de repente meu João aponta para a moça, bem sucedida, formada, família aparentemente bem estruturada, que não estava grávida, e nem foi atacada por ninguém, - vamos falar dela mãe! – e eu respondi que não... Porque nem ela mesma sabe dizer o que aconteceu, e para não corremos o risco de julgá-la erroneamente, mesmo se tratando de um resumo, vamos folhear mais um pouco. Encontramos mais reportagens sobre países em crise, (até valeria a pena falar sobre isso, mas nem os economistas ainda não conseguiram entender direito o que acontece), achei melhor continuar folheando. Mais um pouco e um presidente que quer ficar para sempre no poder, (dizem tanta coisa deste “homem”)... enquanto o nosso, que já está quase saindo, mesmo que meio por baixo dos panos, já deixa claro quem é a sua candidata, e faz uma campanhazinha meio camuflada. (mas não vamos falar de política). Nas próximas páginas, famosos, que se casam, se separam, se esbofeteiam e se agridem publicamente e logo depois se perdoam, assumem romances que até ontem eram desmentidos, se mostram e se escondem. Nada novo e nada definitivamente de interessante. Continuamos nossa busca por algo que realmente valesse a pena. Encontramos a mãe dos óctuplos, que imita a famosa Angelina Jolie, nem sei o que dizer, não consigo entender como alguém pode querer ser outra, passei a folha, e encontrei uma reportagem sobre presídios brasileiros que usam a creolina para disfarçar o cheiro de esgoto que sai das celas imundas impregnando corredores, portas que caem de podre, e mais adiante na mesma reportagem falando da penitenciária de Joinville, em Santa Catarina, que nem parece ser brasileira, (diz a revista) porque são limpas. Os presos trabalham, enfim, como acho esse tema polêmico e pesado demais, e a gente nunca sabe se é assim mesmo que acontece, passei novamente a folha. Encontramos Victória Beckham, novamente em destaque (duas páginas inteiras), mais do que o marido, (o jogador de futebol, não sei de qual time porque todos os dias eles trocam, “vestir a camisa”, só na hora do jogo e na hora da foto, vale quem dá mais), falando dos seus cabelos curtos... Nem é questão de preferir, é definitivamente não querer nem comentar. Mais um pouco e encontramos a reportagem, de uma página quase inteira chamando de esquisito o bronzeado das tostadinhas (como diz a revista) Ana Maria Braga e Vera Fischer, ressaltando sem aprofundarem no assunto, o que eu acho que deveria ter sido feito, sobre o perigo do sol em excesso, segundo a Dermatologista Denise Steiner, só isso.
Terminou a revista, a noite chegou, o João dormiu e hoje vou tentar achar em outra revista algum alguma reportagem realmente interessante.
Tudo bem que tudo isso, faz parte da vida, do mundo, são coisas que acontecem, mas mesmo assim prefiro virar a página, e continuar procurando, por alguma coisa melhor, mais amena, mais saudável, ou no mínimo alguma reportagem que seja bem explicada e bem entendida por um adolescente. Em último caso vamos procurar em outra revista.
Enquanto eu procuro, escutem essa música que eu acho linda, e espero que vocês tambem achem, e fiquem a vontade para passear por aqui. Se quiserem uma sugestão não deixem de ler Danuza Leão, Arnaldo Jabor, e muitos outros escritores marvavilhosos que eu escolhi a dedo para dividir como vocês.
Claro que não estão todos aqui, mas aos poucos e sempre que eu descobrir textos e escritores que nos ensinam e nos encantam com palavras, prometo dividir...

Carla Pianchão

Um comentário:

Mara Gusmão disse...

Oi Carla! Bom dia!! Realmente vivemos carentes de boas notícias e por isso ainda prefiro ler um bom livro, com um pouco de história no meio de uma ficção! Assino esta revista que vc sitou, também acho muito superficial! Adorei como vc resumiu tudo e a música... lindíssima! Obrigada por compartilhar tudo isso conosco! Beijos e muita paz para vc e sua família!

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