Doce, meiga, responsável demais, observadora demais, comportada demais...
De vez em quando ela perde a linha, pula, rola no chão, grita, solta uma gargalhada...
Eu olho e digo:
- Que bom!
Ela é “normal”, é criança, não tem medo de cair.
Ela se arrisca por que não tem noção do perigo.
Mas este momento duro pouco, lá esta ela de novo, sentadinha prestando excessiva atenção no filme, e quando é um dvd pergunta sem nenhum constrangimento:
- Posso assistir de novo? Não entendi uma coisa.
Ou então ela aparece do nada...
Mãe me dá um abraço?
E eu com uma das mãos ocupadas, como sempre, atendo a seu pedido.
E com a voz firme ela diz:
- Com as duas mãos mãe, quero sentir você.
Eu disfarço a minha surpresa diante de tal cobrança e abraço forte a minha pequena Maria.
Outra hora ela chega de mansinho:
- Precisa de ajuda mãe?
- Não filha.
Ela insiste:
- Não há nada que eu possa fazer?
Se eu responder novamente que não, sei que ela vai pegar sua cadeirinha rosa, vai sentar perto de mim, e vai dizer:
- Então vou ficar aqui, olhando você.
(Carla Pianchão)
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