segunda-feira, 27 de abril de 2009

Mãe também faz aniversário


Minha amiga Renata, deu a luz a seu primeiro filho, há 45 dias atrás, e hoje é seu primeito aniversário, do lado do seu pequeno Artur.

Minha querida Renata...
Desde o dia em que você me disse que hoje era seu aniversário, e fez questão de ressaltar que não estava carente, fiquei pensando em algo diferente para te escrever.
É claro que você e todas as mães são carentes, a partir do momento que colocamos no mundo “nossos encantos”, razão das nossas vidas, perdemos, não só as nossas formas, mas também a nossa identidade. Passamos a ser, a mãe do Pedro, do Artur, da Maria, e por aí vai.
Você acha mesmo que pode comemorar o “seu” aniversário? Tudo bem faça sua festinha, mas se prepare. Vai chamar suas amigas? Algumas pessoas da família? Do seu trabalho? Então ta. Mas saiba que o centro desta festa será ele, O Artur. Vão querer carregar, conhecer o quarto, ver os presentinhos, saber tudo, com detalhes, sobre a sua experiência, como está sendo amamentar, enfim tudo será voltado para ele, e você vai contar com prazer, porque apesar de cansada, e este primeiro momento é destruidor, ainda está deslumbrada.
Algumas pessoas vão aproveitar, o seu aniversário, para levar uma lembrançinha, para ele, O Artur, ou então vão levar para você, uma bolsa bem grande, plastificada, para carregar as coisinhas “dele”, uma almofada linda de patch, para você colocar nas costas, quando estiver amamentando, mas aquela sua amiga, vai pensar, única e exclusivamente em você, e vai te levar uma linda caixa de madeira para guardar trecos... e você com certeza vai colocar os brinquedinhos do Artur.
Pelo que vi do seu Marido, ele vai querer mostrar todas as fotos que já tirou do Artur, e não devem ser poucas, e ainda vai querer tirar muitas outras durante toda a festa, com o Artur claro.
Digamos que você esteja preparada, emocionalmente, que você já tenha passado da fase de chorar sem motivo, de se achar um lixo, de achar que nunca mais vai entrar naquela calça jeans caríssima, e mesmo assim vai encarar bravamente sua festinha. Ta bom então, mas esteja preparado para, de repente, ter que largar sua empadinha, e dar o peito para seu encanto. Ou você pede licença, vai para o quarto, sentar-se naquela cadeirinha própria, que toda mãe de primeira viagem tem, e vai ficar ali durante muitos minutos, que vão durar uma eternidade, porque todas as vezes que você tentar tirar o peito da boca dele, ele vai chorar querendo mais, e sua única opção vai ser ficar ali, ouvindo as vozes, as gargalhadas, e de vez em quando alguém vai chegar na porta do quarto, falando baixinho, e vai dizer que já está indo, e que depois te liga, e você suando, feito tampa de chaleira, vai dar um sorrisinho, meio sem graça e agradecer.
Mas se você não quiser perder o melhor da festa, amamente, em plena sala, no meio de toda aquela confusão, mas não se esqueça da fraldinha, aquela bordada, cobrindo seu peito, claro que o Arthur vai ficar irritado, vai se assustar a cada gargalhada, não vai sossegar, o seu esposo vai te olhar torto, mas não custa tentar.
Pois é... Está me achando cruel? Mas é exatamente assim que acontece.
Quer um conselho? Deixe o Artur com sua mãe, e vá jantar fora com seu marido, curta o SEU DIA. Quer outro conselho? Tente, não falar o tempo todo no Artur, duvido que vão conseguir, mas pelo menos tente.
Tirando toda essa dura realidade, que com certeza, vale a pena, para ter seu encanto do seu lado, eu te desejo, muitos anos de vida, de saúde, e de muitas alegrias, e desejo sinceramente, que você sobreviva a esta primeira fase.
Tenha um dia maravilhoso.
Ahh... Já ia me esquecendo, dê um beijinho no Artur.

um grande abraço
Carla Pianchão

terça-feira, 7 de abril de 2009

Pela janela...


Brincando com a vida
De cara lambida
Meio atrevida

Depois que passa
Da tristeza, eu acho graça
Faço piada
Dou risada

Dou um jeito
De guardar no peito
Só o que é bom

Pela janela
Jogo fora
O que me devora

Já não me espanta
Quem não me encanta
Amor
Eu não imploro
E por você
Eu já não choro

Carla Pianchão

quinta-feira, 2 de abril de 2009

lá no quintal...


Pensa que é forte
Acha que é a tal

Lá no quintal
Colocando roupas no varal
Chora
Por motivo banal

A lágrima que pinga na roupa
A água da roupa que pinga no rosto
Pensamento que causa desgosto

Tudo se mistura
Roupas no varal
Lágrimas no quintal

De braços abertos
Com sede de vida
De braços pra cima
Na ponta dos pés
Roupa estendida

De olhos molhados
Coração partido
Se sente cansada
Um pouco perdida

Segue teu rumo
Fora do prumo
Segue em frente
Mulher valente

Talvez ela seja mesmo forte
Talvez ela seja mesmo a tal
Talvez ela seja feliz
Mesmo lá no quintal


Carla Pianchão
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